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Ninguém sabe, mas Leonardo Da Vinci foi um grande perfumista

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Leonardo Da Vinci foi o maior de todos os renascentistas, uma vez que foi verdadeiramente um homem completo: ele atuava como artista, cientista, engenheiro e músico, entre várias outras frentes.

Eram tantas especialidades que é até difícil acreditar que tenha mais uma que dificilmente é lembrada. Além de tudo, Leonardo Da Vinci tinha uma verdadeira obsessão por perfumes e chegou a criar fragrâncias. 

Por que Leonardo Da Vinci gostava de perfumes?

(Fonte: GettyImages / Reprodução)
Leonardo Da Vinci atuou em várias frentes, inclusive no estudo dos aromas. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

Leonardo Da Vinci tinha interesse em várias áreas, e uma delas envolve o desenvolvimento de aromas. É isso o que afirma a historiadora Caro Verbeek, especialista na relação entre perfumes e arte, em entrevista ao IFL Science.

“Durante o Renascimento, época em que Da Vinci viveu, o perfume e o cheiro eram uma parte essencial da vida diária”, explica a professora. Portanto, para entender a relação do renascentista com o estudo dos aromas, é necessário remontar a época em que ele viveu.

Na Itália, durante esta época, as cidades eram inundadas por aromas de todos os tipos, como os vindos das flores (como jasmim, lavanda, rosa e íris) até as laranjas amargas e as amêndoas. Apreciava-se também cheiros que provavelmente não consideraríamos tão agradáveis hoje em dia, como o de um arbusto chamado de alfeneiro selvagem e do nardo, uma planta angiospérmica com um aroma que lembra queijo.

De acordo com Verbeek, também eram muito populares os cheiros gerados a partir de seivas e de resinas caras, como o olíbano (hoje muito usado para incensos) e a mirra. Além disso, os perfumes tinham diversos fins, que não tinham apenas a ver com cheirar bem ou disfarçar a falta de higiene.

As funções dos perfumes no Renascimento

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No Renascimento, os perfumes aromatizavam o ambiente, mas também espantavam os criminosos. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

Os perfumes sempre foram usados para várias coisas, o que inclui as práticas religiosas. “Alguns perfumes eram feitos para rituais católicos. Como para queimar incenso na igreja – per fumum significa originalmente ‘através da fumaça’, que era a maneira como os deuses eram adorados desde a história registrada”, afirma Verbeek.

Por outro lado, havia também o que Leonardo Da Vinci chamava de odori sgradevoli, ou seja, os “odores desagradáveis” que eram elaborados para assustar criminosos. “Uma das receitas de Da Vinci continha urina e fezes humanas que deveriam ser mantidas em um jarro de vidro sob uma pilha de esterco por um mês. Podia então ser usada como um tipo de ‘bomba fedorenta'”, lembra a historiadora.

Já os aromas que, de acordo com o pensamento dessa época, podiam curar doenças, eram chamados por Da Vinci de odori medicinali. O que fica explícito aqui é que o renascentista entendia os aromas como uma extensão natural do que ele já estudava.

“Da Vinci era fascinado por todas as formas de vida, incluindo animais (ele era um vegetariano rigoroso) e plantas, que ele estudava meticulosamente; não apenas para poder desenhá-las e pintá-las, mas também por seus aromas”, explica Verbeek. 

A historiadora conta também que ele tinha equipamentos para extrair perfumes, e os usava a partir de seus conhecimentos de química. Foi por meio dessa expertise que Da Vinci aprimorou processos de destilação para retirar a essência de rosas e frutas cítricas, com o uso de técnicas como l’infusione in liquidi alcoolici (infusão em álcoois líquidos), um tipo de maceração em que o líquido absorve os odores nas plantas. “Mas ele também conhecia a enfleurage, que era altamente moderna na época. Nesse processo, flores delicadas são colocadas em gordura (animal), o que atrai os óleos essenciais perfumados”, conclui a historiadora.

 

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