Você já assistiu a um filme e ficou pensando que, se um personagem se machucasse no mar, a água logo ficaria cheia de tubarões sedentos por sangue? É um clichê recorrente, não é?
Essas cenas dramáticas, com música de suspense e a água se tingindo de vermelho, fazem o coração disparar! Mas, será que essa representação tem alguma base na realidade?
Estrutura e funcionamento dos narizes
Os tubarões possuem um sistema olfativo altamente especializado. Na frente de suas cabeças, encontram-se duas cavidades nasais que permitem que eles “respirem” o ambiente ao seu redor. Dentro dessas cavidades, há uma estrutura conhecida como roseta olfativa, repleta de dobras de pele e células sensoriais.
As células capturam partículas de cheiro que flutuam na água e enviam as informações para o bulbo olfatório no cérebro do tubarão. É nesse local que os odores são processados, permitindo que o animal identifique o que está presente em seu entorno.
E os tubarões são extremamente habilidosos em rastrear odores. Eles conseguem perceber pequenas diferenças no tempo que um cheiro leva para alcançar cada narina. Quando um odor entra em uma narina antes da outra, essa diferença de tempo ajuda os tubarões a identificarem a direção de onde o cheiro está vindo.
Sensibilidade olfativa em diferentes espécies
Embora a ideia de que eles possam sentir o cheiro de sangue a quilômetros de distância seja um exagero, em condições ideais, os tubarões são capazes de perceber o cheiro a várias centenas de metros.
Mas, cada espécie tem seu próprio nível de sensibilidade olfativa. Algumas são tão sofisticadas que conseguem detectar uma gota de sangue em até um milhão de partes de água. Espécies como o grande tubarão-branco, o tubarão-tigre e o tubarão cinzento possuem bulbos olfativos maiores, sugerindo que têm um olfato excepcionalmente aguçado.
Além disso, os animais que se alimentam de presas com odores fortes, como focas ou carcaças de baleias, apresentam adaptações olfativas mais robustas. Essa evolução permite que eles detectem rapidamente alimentos que podem estar a grandes distâncias nas correntes oceânicas.
Curiosamente, apesar de seu olfato apurado, os tubarões não são tão atraídos pelo cheiro de humanos. Em vez de caçar humanos, esses magníficos predadores preferem focar em suas presas naturais, como peixes e mamíferos marinhos. Isso explica por que os ataques de tubarão a pessoas são tão raros.
Então, da próxima vez que você estiver no mar, lembre-se: enquanto você se preocupa com tubarões, eles estão muito mais interessados em suas opções do cardápio subaquático. Que alívio, não é?