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Sopro forte: qual foi a velocidade de vento mais rápida já registrada?

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Quando falamos de ventos, dá pra imaginar aquela brisa gostosa de fim de tarde ou uma ventania que desorganiza tudo pela frente. Mas já pensou qual foi a velocidade máxima que o vento já atingiu? Não é exagero dizer que, ao longo dos anos, algumas rajadas desafiaram limites impressionantes e foram registradas em diferentes partes do mundo.

O recorde absoluto de velocidade natural do vento veio em 1996, em Barrow Island, na Austrália, onde um ciclone tropical fez com que um anemômetro — aquele aparelho que mede a força do vento — registrasse rajadas de até 407 km/h! Essa marca só foi validada anos depois pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), já que a medição foi feita em uma área privada, e o dado quase passou despercebido, segundo Randall Cerveny, professor de ciências geográficas na Universidade Estadual do Arizona.

Ventos de outro planeta e experimentais

No Centro de Pesquisas Glenn da NASA, túneis de vento criam correntes de até 4.321 km/h, simulando tempestades para testar aeronaves e componentes espaciais em condições extremas. (Fonte: Getty Images)
No Centro de Pesquisas Glenn da NASA, túneis de vento criam correntes de até 4.321 km/h, simulando tempestades para testar aeronaves e componentes espaciais em condições extremas. (Fonte: Getty Images)

Antes de falarmos das rajadas aqui na Terra, vale lembrar que a velocidade do vento na Terra é quase uma brisa se comparada à do nosso vizinho gasoso, Netuno. Por lá, os ventos chegam a impressionantes 1.770 km/h, muito mais rápidos que a velocidade do som!

E, se na natureza os ventos já são tão poderosos, em laboratórios especializados, como o do Centro de Pesquisas Glenn da NASA, nos Estados Unidos, a coisa vai além. Em túneis de vento, eles criam correntes que podem alcançar até 4.321 km/h — uma verdadeira “tempestade” feita para testar aeronaves e componentes espaciais em condições extremas. Contudo, a OMM só considera para recorde as medições de vento feitas com anemômetros em condições naturais.

Essas rajadas em laboratório podem não entrar nos recordes, mas mostram a força que a tecnologia consegue simular. E mesmo que essas marcas experimentais não batam de frente com os ventos naturais do planeta, são um recurso valioso para estudos e avanços em segurança para aviões e construção de estruturas mais resistentes.

Rajadas e recordes no mundo real

Tornado em Bridge Creek, Oklahoma, alcançou ventos recordes de 486 km/h. (Fonte: Getty Images)
Tornado em Bridge Creek, Oklahoma, alcançou ventos recordes de 486 km/h. (Fonte: Getty Images)

Voltando aos ventos que vivemos de verdade, alguns recordes impressionantes surgiram com eventos extremos, como furacões e tornados. O fenômeno mais devastador registrado foi um tornado em 1999, em Bridge Creek, Oklahoma, que atingiu ventos de até 486 km/h, segundo medições de radar móvel feitas pelo meteorologista Joshua Wurman. Este recorde ainda se sustenta na história dos tornados, mesmo com novas medições que se aproximam desses números.

Este ano, Wurman e sua equipe observaram outro tornado devastador em Greenfield, Iowa, com ventos entre 497 e 512 km/h. Apesar dos números impressionantes, a medição ainda é considerada uma estimativa, já que o erro de cálculo do radar impede que a velocidade seja oficialmente registrada. “Podemos afirmar com segurança que ventos acima de 483 km/h ocorrem raramente em tornados, mas nada perto dos 644 km/h”, comentou Wurman.

Por enquanto, o recorde oficial de Barrow Island se mantém como o vento natural mais rápido registrado na Terra. Ainda assim, seja pelos tornados, furacões ou ventos experimentais, é seguro dizer que a natureza — e a tecnologia — não param de surpreender com suas forças imprevisíveis e rajadas cada vez mais impressionantes.

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