Assumindo ou não, o fato é que todo mundo mantém alguma superstição. Seja soprar canela no dia primeiro de cada mês, não passar embaixo de escada ou bater três vezes na madeira, a gente está sempre está em busca de um pouquinho mais de sorte.
E se você é muito supersticioso, com certeza já sofreu algum preconceito por isso. Mas saiba que a ciência agora está dizendo que as superstições podem sim dar resultados bem reais.
Nossa relação com as crenças supersticiosas
As superstições são uma prática comportamental bem antiga. Há evidências de que elas já existiam pelo menos desde o século IV a.C. Um livro chamado Caracteres, escrito nesse período pelo filósofo Teofrasto, continha um capítulo intitulado “O supersticioso”, em que descreve assim o homem supersticioso: “é o tipo que lava as mãos em três fontes, borrifa-se com água da pia de um templo, coloca um raminho de louro na boca e então está pronto para as caminhadas do dia”.
A descrição dada por Teofrasto era claramente zombatória, e apontava que as pessoas muito supersticiosas eram tolas e irracionais. E foi essa a ideia que persistiu até os dias atuais: de que que as superstições fogem de qualquer lógica científica baseada na razão. Então por que nós continuamos contornando as escadas e pulando sete ondas do mar na virada do ano novo?
Para a psicologia, as superstições se relacionam com um sentimento de controle. O mundo já é tão caótico que é até compreensível que a gente tente controlá-lo de algum jeito, mesmo que seja a partir de uma crença. Mas o mais interessante é que agora pesquisadores têm se perguntado se as superstições podem ter algum fundo científico.
As superstições e a ciência
Para desvendar isso, uma equipe de cientistas da Alemanha fez um experimento para testar o efeito das superstições no comportamento das pessoas. Eles criaram um experimento que visava observar como as crenças afetavam o desempenho dos participantes em uma série de tarefas. O teste pretendia também avaliar como seria o desempenho dos voluntários em jogos que envolviam lógica.
Antes de realizar o teste, os pesquisadores ligaram para cada um dos participantes e disseram a eles que poderiam trazer um amuleto da sorte pessoal para o experimento. Antes que as provas começassem, cerca de metade deles teve o seu amuleto retirado.
O que os cientistas descobriram foi surpreendente. Aqueles que tiveram a permissão para manter seus amuletos da sorte se sentiram mais confiantes ao realizar as tarefas. Até aí, parece óbvio. Mas o que chamou a atenção é que essas pessoas tiveram desempenhos melhores em relação aos que estavam sem os seus amuletos.
De fato, a presença do objeto influenciou os resultados. Ou seja, por mais que a superstição provoque efeitos psicológicos, ela é capaz de provocar efeitos reais nas pessoas. Há muita pesquisa a ser feita ainda sobre o tema, mas, até aqui, o que podemos concluir é que vale a pena buscar um pouquinho de sorte.