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A ciência afirma: superstições podem funcionar de verdade — mas como?

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Assumindo ou não, o fato é que todo mundo mantém alguma superstição. Seja soprar canela no dia primeiro de cada mês, não passar embaixo de escada ou bater três vezes na madeira, a gente está sempre está em busca de um pouquinho mais de sorte.

E se você é muito supersticioso, com certeza já sofreu algum preconceito por isso. Mas saiba que a ciência agora está dizendo que as superstições podem sim dar resultados bem reais.

Nossa relação com as crenças supersticiosas

A crença nas superstições remonta a pelo menos desde o século . (Fonte: GettyImages / Reprodução)
A crença nas superstições remonta a pelo menos desde o século IV a.C. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

As superstições são uma prática comportamental bem antiga. Há evidências de que elas já existiam pelo menos desde o século IV a.C. Um livro chamado Caracteres, escrito nesse período pelo filósofo Teofrasto, continha um capítulo intitulado “O supersticioso”, em que descreve assim o homem supersticioso: “é o tipo que lava as mãos em três fontes, borrifa-se com água da pia de um templo, coloca um raminho de louro na boca e então está pronto para as caminhadas do dia”.

A descrição dada por Teofrasto era claramente zombatória, e apontava que as pessoas muito supersticiosas eram tolas e irracionais. E foi essa a ideia que persistiu até os dias atuais: de que que as superstições fogem de qualquer lógica científica baseada na razão. Então por que nós continuamos contornando as escadas e pulando sete ondas do mar na virada do ano novo?

Para a psicologia, as superstições se relacionam com um sentimento de controle. O mundo já é tão caótico que é até compreensível que a gente tente controlá-lo de algum jeito, mesmo que seja a partir de uma crença. Mas o mais interessante é que agora pesquisadores têm se perguntado se as superstições podem ter algum fundo científico.

As superstições e a ciência

Um estudo buscou investigar os efeitos dos amuletos da sorte. (Fonte: GettyImages / Reprodução)
Um estudo buscou investigar os efeitos dos amuletos da sorte. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

Para desvendar isso, uma equipe de cientistas da Alemanha fez um experimento para testar o efeito das superstições no comportamento das pessoas. Eles criaram um experimento que visava observar como as crenças afetavam o desempenho dos participantes em uma série de tarefas. O teste pretendia também avaliar como seria o desempenho dos voluntários em jogos que envolviam lógica.

Antes de realizar o teste, os pesquisadores ligaram para cada um dos participantes e disseram a eles que poderiam trazer um amuleto da sorte pessoal para o experimento. Antes que as provas começassem, cerca de metade deles teve o seu amuleto retirado.

O que os cientistas descobriram foi surpreendente. Aqueles que tiveram a permissão para manter seus amuletos da sorte se sentiram mais confiantes ao realizar as tarefas. Até aí, parece óbvio. Mas o que chamou a atenção é que essas pessoas tiveram desempenhos melhores em relação aos que estavam sem os seus amuletos. 

De fato, a presença do objeto influenciou os resultados. Ou seja, por mais que a superstição provoque efeitos psicológicos, ela é capaz de provocar efeitos reais nas pessoas. Há muita pesquisa a ser feita ainda sobre o tema, mas, até aqui, o que podemos concluir é que vale a pena buscar um pouquinho de sorte.

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