Com o término do período chuvoso, a construção civil ganha fôlego em Minas Gerais, impulsionada pelas condições climáticas favoráveis para reformas e novas edificações. Nesse contexto, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) faz um importante alerta sobre os riscos de acidentes com a rede elétrica durante obras.
Segundo o Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2025 (ano-base 2024), divulgado pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), os trabalhadores da construção civil continuam sendo os mais afetados por choques elétricos no país. O levantamento apontou 87 acidentes registrados no último ano, resultando em 44 mortes.
A maioria dos casos está relacionada ao contato acidental com a rede aérea de distribuição. Para prevenir esse tipo de ocorrência, Cemig e Abracopel reforçam a necessidade da realização da Análise Prévia de Riscos (APR), especialmente voltada para os perigos elétricos nos canteiros de obras.
Distância segura e atenção redobrada
O engenheiro eletricista da Cemig, Demetrio Aguiar, destaca que seguir as normas de segurança é essencial para evitar acidentes graves. “Ao içar materiais, é crucial manter distância da fiação, pois somente a aproximação com a rede elétrica já pode causar choques”, alertou. Ele explicou ainda que esse tipo de incidente é comum durante pinturas de fachadas, quando o uso de extensores pode levar o rolo de pintura a encostar nos fios.
A Cemig também promove ações de conscientização voltadas para trabalhadores autônomos da construção civil, reforçando a importância do uso responsável da eletricidade.
Perigos em altura e materiais condutores
Um dos maiores riscos está nas atividades realizadas em alturas próximas à rede de média tensão, como construções de segundo e terceiro andares ou reformas de telhados. Nesses casos, é essencial respeitar a distância mínima de 1,5 metro da rede.
O engenheiro lembra que, além dos materiais metálicos, cabos de madeira também podem conduzir eletricidade, especialmente em contato com a rede de alta tensão. Portanto, o manuseio de vergalhões, tábuas, canos e extensores requer extrema cautela.
Demetrio também ressalta que muitos acidentes fatais são causados por quedas durante trabalhos em altura, mais do que pelo choque elétrico em si. Por isso, o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e coletiva (EPCs) é indispensável.
Denúncias e segurança coletiva
A Cemig orienta que, ao notar obras sendo realizadas próximas da rede elétrica, qualquer pessoa pode solicitar a paralisação das atividades e acionar a empresa pelo telefone 116.